terça-feira, 9 de junho de 2009

Ser Poeta

Ser Poeta:

Ser Poeta
É predicado
Não se estuda nem se aprende
É um dom ao nascer dado
Não se compra sem se vende.

Ser Poeta
É possuir
Rara sensibilidade
Da voz das coisas ouvir
E dar-lhes vitalidade…

Ser Poeta
É entender
A perene Natureza
E em verso descrever
A sua bruma e beleza…

Ser Poeta
É divagar
Pelo Universo infinito
Na ânsia de desvendar
O seu mistério inaudito.

Ser Poeta
É transformar
Duma forma enternecida
As palavras para dar
Mais sentido à própria vida!

Ser Poeta
É ter talento
De expressar a inspiração
Ousado eu… Quando tento
Sou apenas pretensão!



João Lopes 10ºD2

domingo, 7 de junho de 2009

LEITURAS ESCRITAS

PASSAROLA

Este sítio é lindo, mas onde estou não sei. O que sei é que para aqui chegar foi uma Aventura. Para vos contar essa aventura, terei de vos contar quem sou e a minha vida.
Nasci do sonho de um homem chamado Bartolomeu Lourenço de Gusmão, o meu pai. Dois anos antes do meu nascimento, nasceram os meus três irmãos, que eram balões. O primeiro ardeu logo, o segundo subiu ao tecto duma sala no paço e o terceiro saiu por uma janela da casa da Índia e nunca mais tornou a ser visto. A partir daí, o meu pai foi apelidado de Voador.
Para que eu fosse criada, El-rei, que sempre acreditou no meu pai, consentiu que ele utilizasse a quinta do Duque de Aveiro, em S. Sebastião da Pedreira. Com a ajuda dos meus padrinhos, Baltazar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas, deu-se início à minha criação. E assim começara a criação de uma ave gigantesca, de asas abertas, cauda em leque, pescoço comprido e cabeça de gaivota.
Tomás Pinto de Brandão apelidou-me de “coisa do vento”, mas o meu nome é Passarola.
O meu padrinho, através de um desenho que meu pai lhe mostrou, conseguiu ver a minha constituição. Observou que eu sou constituída por barrotes, arame, panos de vela, lamelas de ferro e feixe de vime. Tenho velas que servem para cortar o vento; leme para me poderem dirigir; o meu corpo tem a forma de concha marítima à proa e à popa, onde tenho também tubos de fole, caso o vento falte; tenho asas pois sem elas não me conseguiria equilibrar nem voar; foram colocadas bolas de âmbar no meu tecto de arame, pois o âmbar responde muito bem ao calor dos raios solares; tenho para recolher ou largar as minhas velas roldanas e para não nos perdermos tenho uma bússola.
Mas vou contar-vos um segredo! Inicialmente, o meu pai pensava que para eu conseguir voar necessitaria de Éter. No entanto, após ter feito vários estudos na Holanda, chegou à conclusão que o que me iria ajudar a voar seriam, as Vontades dos vivos. Para a recolha dessas Vontades, o meu pai pediu ajuda à minha madrinha, pois ela tem o Dom de, em jejum, conseguir ver as pessoas por dentro, conseguindo assim recolher as 2000 Vontades que seriam necessárias para colocar dentro das minhas esferas, no momento certo. A minha madrinha aproveitou-se do facto de Lisboa ter sido invadida por uma grande epidemia, para fazer a recolha dessas Vontades, apesar de também ter recolhido algumas, anteriormente, em Mafra, antes de vir para Lisboa.
Enquanto os meus padrinhos se ocupavam com a minha criação, o meu amigo, o Sr. Scarlatti, tocava músicas para mim no seu cravo, que ele teria levado para a abegoaria com o intuito de poderem, tanto ele como o seu cravo, participar no meu primeiro voo. Coisa que mais tarde não se verificou.
Antes do meu primeiro voo, fui desmontada e voltaram a montar-me. Mas, o meu primeiro voo teve de ser antecipado. Tivemos de fugir, porque o Santo Ofício queria prender o meu pai. Retiraram-se as telhas da abegoaria, cortaram-me as ripas e os barrotes, colocaram-me as bolas de âmbar e transferiram para as minhas esferas as 2000 Vontades. Eram nesta altura quatro horas da tarde e estávamos prontos para o meu primeiro voo.
Nesse primeiro voo, acabámos por cair em Montejunto, mas durante a viagem, sobrevoámos a Vila de Mafra, as obras do convento, onde fomos avistados por milhares de pessoas que julgaram tratar-se do espírito santo e estivemos prestes a cair no mar.
Após a nossa queda em Montejunto e após anoitecer, acabámos por adormecer. Ao amanhecer, o meu pai tinha desaparecido e nunca mais o vi ou ouvi falar dele, ficando assim os meus padrinhos encarregados de mim. Antes do nascer do sol, para que não corrêssemos o risco de eu poder voar sozinha ou de alguém me avistar, cobriram-me.
Depois desse dia, o meu padrinho voltou várias vezes a Montejunto para me visitar e reparar. Mas numa das visitas do meu padrinho, o ar estava quente e o sol brilhava com força, quando lhe ocorreu uma ideia: voltar a desmontar-me peça por peça, levar-me para Mafra e esconder-me. A ideia era boa, mas não teve tempo, pois estava tão distraído que, de repente, duas das minhas tábuas cederam, visto ele não ter reparado onde colocou os pés. O gancho dele enfiou-se numa das minhas roldanas, as minhas velas arredaram-se, o sol bateu nas esferas e nas bolas de âmbar, rodopiei duas vezes e voámos.
Foi assim, então, que a 21 de Outubro de 1730, eu e o meu padrinho voámos pela segunda vez. E aqui vim parar.
No dia seguinte, o meu padrinho partiu, com o intuito, acho eu, de procurar a minha madrinha, mas nunca mais voltou.

E esta é a minha história, a história da Passarola.

Susana Silva 12ºACI nº17




Blimunda Sete-Luas e a sua vida

Chamo-me Blimunda de Jesus, a mulher misteriosa de olhos fascinantes, com poder extraordinário de ver interior dos corpos e da terra. Sou alto e delgado, de cabelo cor de mel, sou decidida, intuitiva, forte, inteligente, fiel e inabalável no amor.
Sou filha de Sebastiana Maria de Jesus, vidente condenada pelo Santo Ofício ao desterro, por prática de feitiçaria. Conheci o Baltasar quando tinha 19 anos, no auto-de-fé que decorreu no Rossio em 1711, quando assistia à partida da minha mãe para o degredo. Sou uma personagem que releva do domínio do maravilhoso, pelo dom que tenho de ver o “interior” das pessoas (dom que nunca exerci em relação a Baltasar, porque jurei que nunca o olharia por dentro).
A nossa união amorosa fez-se num ritual de consagração da união sexual realizado por mim, ao inscrever uma cruz feita do meu sangue sobre o coração dele. O padre Bartolomeu Lourenço baptizou-me por Sete-Luas, porque eu via às escuras. Simbolicamente, o meu nome acaba por funcionar como uma espécie de reverso do de Baltasar. Para além da presença do sete, Sol e Lua completam-se, são a luz e a sombra que compõem o dia. A nossa relação também é subversiva, não só porque não existe casamento oficial, mas também porque temos o mesmo estatuto, não havendo submissão da mulher ao homem, facto impensável em pleno século XVIII.
Na construção da passarola, o padre Bartolomeu Lourenço encarregou-me da missão de recolher duas mil vontades necessárias para que a passarola voasse. Consegui recolher em Lisboa as duas vontades, graças à peste negra. Depois de cumprir a minha missão fiquei doente e fui curada por Scarlatti, através da sua música.
Um dia decidimos finalmente partir, esta decisão foi tomada porque o padre Bartolomeu Lourenço estava a ser perseguido pela Inquisição, a fuga urgente e a passarola era o meio mais eficaz de escapar. Voámos sobre Lisboa, depois sobre Mafra e a máquina acabou por cair na serra. Passados dois dias, depois de guardar cuidadosamente a passarola num esconderijo em Monte Junto, eu e o Baltasar chegámos a Mafra onde o povo em procissão, dava graças a Espírito Santo que tinha voado sobre o telhado.
Na véspera da Sagração da Basílica, Baltasar partiu para Monte Junto e não regressou. Fiquei preocupada, fiz a viagem até Monte Junto e, ao chegar ao esconderijo da passarola, observei que esta e Baltasar tinham desaparecido. Procurei Baltasar durante nove anos. Acabei por encontrá-lo na hora da sua morte, ardendo numa das fogueiras do auto-de-fé do Rossio (1739). Como não tinha comido nada nesse dia, recolhi a vontade dele que pertencia ao mundo e a mim.
Foi assim, fim de um grande amor.

Soulita Mendes 12ºACI

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Oficina de Escrita Criativa com o Escritor Paulo Teixeira


No decorrer do segundo período foram levadas a cabo várias actividades na nossa e pela nossa Biblioteca.

A Oficina de Escrita Criativa com o Escritor Paulo Teixeira realizou-se a 19 de Fevereiro de 2009. Eis alguns dos poemas redigidos pelos alunos-participantes:

ESTE JARDIM DA VERDADE

Este jardim da verdade
Um simples sítio verde
Um lugar no vazio
Onde ninguém o encontra.

Ao acaso uma jovem
Lá foi parar
Muito triste e chorosa
Nem deu conta de onde estava.

Quando lá parou
Apercebeu-se de um lugar,
Um lugar magnífico
Onde ninguém a poderia encontrar.

Mágoa esta que trazia
Por causa de um rapaz
Alguém cruel
Que à coitada fez chorar.

Suas lágrimas tristes e frias
Numa flor foram parar
Sentimentos partem com elas
Outros ficam com elas neste lugar.

Rita Figueira, 10º D2

SEM TÍTULO

"Sonho no branco do tempo
O escuro no meio do espaço
Á procura de algo sozinho
Caminhando passo a passo.

Seguindo devagar,
Ao encontro da palavra
Olho para um lado, para o outro
Sem Encontrar a resposta certa.

É aqui que tento o fazer
Um traço aqui, outro ali
Assim executo, assim digo
E escrevo, concretizo tudo o que necessito.

Aqui neste lugar vazio
Sem nada para dizer,
Procuro o que não encontro,
Alcanço aquilo que não consigo.

Pedro Lopes, 10ºD2


O TEMPO

"O tempo passa, e a isto
Que chamamos de vida, vai mudando,
Crescemos físicamente, mas por
Vezes não crescemos mentalmente.

Por vezes gostaria de poder
Controlar o tempo,
Para que todos aqueles belos anos
Da minha vida, nunca passassem eeu,
Pudesse sempre revivê-los.

Aqueles anos da minha vida
Em que nada importava,
Nem havia problemas, apenas a
Minha vontade de fazer tudo aquilo
Que era proibido.

Tudo aquilo que me impediam
De fazer, e só por causa
Disso, me dava imenso gosto fazer.

Agora apenas posso reviver
Esses momentos, no longo
Album de memórias
Da minha cabeça e apenas sentir saudade,"

Carina Fera, 10ºD2


CORES

Claro é o sonho
Com negros borrões,
Escuros são eles
Como a penumbra sombria,
Contrariam a simplicidade
Do branco do sonho.
Cor pura e angelical
Não existe bondade igual.

Amarelo
É a cor da fome,
O botão da flor,
Predomina no brilho do Sol.

Mistura-se com rosa-carmim,
Laranja
Cor das abóboras,
Da luz das velas.

E em breves momentos depois,
Junta-se o vermelho.
Mas não o vermelho vivo da paixão
ou o vermelho do sangue viscoso.

Não, é outro, outro tom,
Mistura de cores esta
que se dá no azul do Céu.

Azul profundo dos oceanos
Cristalino e límpido
Das calmas águas.
Por vezes confundido com o verde.

Não o mesmo dos verdejantes campos.
Não o mesmo verde dos sapos.

Tentando alcançar a essência de todas as cores.
Coleccioando as indeterminavéis tonalidades
Nasce assim o majestoso ARCO-IRIS.

Ana Teresa, 10º A2


AQUI RESPIRO O TEMPO

" Sozinha nesta floresta escura
Sem como sair daqui,
Gostaria de um dia poder fugir
E ver o sol brilhar
Num dia de Verão,
Ver as ondas rebentarem
Nas rochas da praia.

Aqui apenas vejo
Nuvens escuras e trovoadas
Tão claras e rápidas.

A única luz que passa
Por este lugar
É a que vem da simples Natureza.

Marisa Bucho, 10ºD2



SAUDADE

"A saudade deixada
Vivida e passada
Mas já mais quero
Recordar e viver.
Num dia de Verão.

Esqueci do viver
Porque a saudade ocupou
O espaço que não era dela
E quase nada deixou.

Já nada faz sentido
E tudo está esquecido
Mas já mais quero
Recordar e viver.

Penso nela
Que é fria e nua
Maldosa e perigosa
Farta e imbecil.
Já esqueci de viver
Renascer já não basta.
A saudade da vida
Já me foi afastada.
Renasço, mas já mais quero
Recordar e viver."

João Lopes, 10ºD2

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

S. Valentim - Dia dos Namorados

Power Point compilado/elaborado pela Porfessora Glória Oliveira
(Veja o formato original em http://moodle.esmoita.com/ )
















terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Entrevistas em Português


Entrevista

Chama-se Maria Emília Bolinhas tem 63 anos e é a minha avó materna. É uma das pessoas mais importantes na minha vida. Desde que eu era pequena que me contava histórias de como era a vida antigamente e por isso lembrei-me dela para fazer este trabalho, porque quero partilhar um pouco da experiência de vida que ela tem.

Onde era a escola em que tu estudaste. Como era ?
Naquela altura não havia bem uma escola, era uma casa pequena em que uma senhora nos ensinava a ler, a escrever e mais umas coisas básicas. As raparigas tinham aulas de manhã e os rapazes tinham aulas à tarde.

Com que idade entraste na escola e com que idade saíste?
Eu entrei para a escola com sete anos e saí com dez. Antigamente só os homens é que costumavam prosseguir os estudos, as mulheres normalmente estudavam até ao 3º, 4º ano e depois íam trabalhar.

Porque razão saíste da escola?
Porque a tua bisavó queria que eu fosse trabalhar, para ajudar lá em casa com os meus irmãos (teus tios). Os tempos eram difíceis e havia muita miséria e como eu era a irmã mais velha de cinco irmãos, tive que ir trabalhar para ajudar lá em casa.

Gostavas de ter continuado a estudar?
Agora que penso nisso é claro que sim, gostava muito de ter prosseguido os estudos, mas naquela altura não pensei muito nisso, a mentalidade era outra e eu tinha apenas dez anos.

Qual foi o teu primeiro trabalho?
Foi trabalhar nos campos dos agricultores a carregar cestos de batata e sacas com alguns legumes e andar com a enxada na mão, para apenas recebermos 2 escudos e cinquenta e todo o dinheiro que recebia, dava à minha mãe para ajudar lá em casa.

Como conheceste o avô e com que idade?
Conheci o teu avô numa das festas do Rosário. Tinha 16 anos e a primeira impressão não foi muito boa, achava que ele era muito atrevido. Mas, passado um tempo apaixonei-me por ele e começamos a namorar às escondidas dos meus pais, até o teu bisavô nos descobrir e aí, o teu avô teve que ganhar coragem para me pedir em namoro ao teu bisavô.

Com que idade casaste e quando tiveste o teu 1º filho?
Casei com 17 anos para o teu avô sair mais cedo da tropa e para e para ele não ter de ir para África.
O meu primeiro filho foi a tua mãe, como tu sabes, aos 22 anos. O dia em que a tive foi um dos mais felizes da minha vida.



Trabalho Realizado por: Diana Rodrigues nº7 10ºD2
Disciplina de Português para a Professora Beatriz Sousa

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Mensagens de Natal

Mãos do Natal 2008

Os professores dos grupos 300, 320 e 350 desejam a todos os que deram as mãos na Árvore de Natal Colectiva de 2008 votos de um 2009 cheio de empenho, iniciativa e criatividade.

Aqui ficam algumas das mensagens que se destacaram e sobreviveram ao efeito de sobreposição da fita-cola.


Quando o amor pelo poder ultrapassar o poder do amor o Natal perderá a sua essência. O amor é o que sustenta tudo o resto.
Ricardo “Atlas”

Feliz Natal para todos os meninos do mundo para que a estrelinha mais brilhante no céu vos traga Paz e alegria aos vossos corações.
Carlos Azevedo EFA

C’est le temps de réfléchir c’est le temps de donner le cadeau du bien...
... le cadeau de la solidarité! Joyeux Noël.
Ana Rita

Com uma caneta desenhei:
A Felicidade, a bondade,
O amor, a paz e a lealdade
Com uma borracha apaguei:
O ódio, a guerra, a mentira
e o sofrimento.
Com a felicidade do meu sonho,
Desenhei o desejado
Apaguei o errado
E fiz SORRIR.
João Broega 12º A2

Neste Natal dê a sua mão.
Inês 12º A2

Que todo o encanto do Natal esteja presente sempre na sua vida.
Manuela EFA

E quando rodeada do frenesim em que se tornam estes dias antes do “grande dia”, tento encontrar-me em mim mesma, voltando a sentir a PAZ no meu coração e assim, deixo que o AMOR seja o espírito dominante, espalhando-o por todos neste NATAL!
Inês Martins 12º A1

Linda Estrelinha cadente,
Cede-me este desejo corrente,
Neste Natal estou sozinho,
Entre luzes e azevinho,
Dá-me a música de uma família
Que me ama e auxilia.
Rúben Marques 12º A1